sábado, 26 de maio de 2012

Eu engoli e esperei, enterrei a culpa e fechei meus olhos. Horas reprimidas de memórias falsas… Eu empurrei a dor e o sofrimento. Você me prometeu outro dia igual, outro desejo, outra maneira de amar e uma forma diferente de ter o que não se pode ter. Prometeu que o amor vai salvar, vai levar embora todas essas lágrimas e trazer você mais uma vez…Me faça esquecer de que não existe eu sem você. Outro copo em minha mão, mais um sorriso de desespero e eu olho para uma criança com lindos olhos, parecidos com os seus, aquele brilho no olhar me lembrava das tardes de domingo quando te encontrava perto daquela árvore enorme que ficava na praça perto da sua casa, eu não tava preparado para ver tal coisa, você me atravessa a rua e vem um carro desgovernado e te atropela, eu perdi a noção do que eu tinha visto, não era real aquilo, as lâminas atravessando seu corpo como se fossem feitos de algodão, minha visão embaçada, lágrimas caindo no chão, e você em meus braços e minha blusa cheia de sangue, aquilo foi o fim pra mim, noites mal dormidas tentando entender se era a hora certa de ir, mas aconteceu, já me adaptei as flores secas no chão perto do seu caixão, quando te visito de domingo, sempre no mesmo horário, e enquanto a minha vida vai ficando entorpecida, eu apenas continuo movendo minha boca e esperando você.
— — Dead Memories

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